segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

24 de janeiro

Eu não sei se estou perdendo muito abrindo mão de coisas passageiras por você.
Tu nem deves mais pensar em mim há um bom tempo.
Mas não deixo de perceber teus olhos me seguindo quando te encontro pelas ruas.
Em todo momento te procuro pelos cantos, pelas praças e pelas multidões.
Em cada lugar que entro penso te ver a me observar.
E quando estou acompanhada quase enlouqueço só de pensar que tu podes me ver se decepcionar mais uma vez.
Não posso mudar mais nada.
Tento demonstrar meu desejo pelo olhar, mas acho que não é o suficiente.
E quanto mais se aproxima de fazer um ano que não nos falamos, que não nos tocamos
mais louca eu fico.
Ao mesmo tempo eu me encho de esperança por pensar que é essa a hora que tu sentes falta e corre pra mim,
e morro de medo de tu finalmente ter esquecido completamente.
Não dê um fim pra ti para o que nunca vai ter fim pra mim.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Melancolia

Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho.
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés

Cartola - O mundo é um moinho

Insubstituível.

Meu sonho de viajar nunca se apagou. Eu comecei a ver que as pessoas duvidavam muito disso, então parei de falar. Mas não parei de pensar nisso. E quando eu volto a enxergar meu mundo como ele realmente é, tenho ainda mais vontade de sumir. Podem falar que isso é coisa de corvarde. Tanto faz. Mas acho que a única solução pra mim é estar longe. BEM longe. Sem ninguém. Não que eu queira esquecer de todos aqui. Muita gente me faz bem. Só que parece que nunca é o bastante. É só quando sentimos falta que percebemos o verdadeiro valor das coisas. Eu sei bem o valor que essas pessoas que me fazem bem tem. Mas será que ele sabe o valor que eu tenho e o valor que eu dou pra ele? Provavelmente não. Mas isso nunca vai mudar.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Meu primeiro dia do ano

Não gosto muito de escrever coisas da minha vida pessoal aqui, da minha história em geral... mas preciso. Nas primeiras horas do ano fui capaz de sentir mais raiva do meu pai do que em todos os meus quase 17 anos de vida. Faz um tempo que ele anda sumido e isso nunca foi um problema significante pra mim. Ele foi presente em uma época da minha vida que não sou nem capaz de me lembrar. Como eu poderia sentir falta de algo que nem me lembro como é ter? Impossível, pelo menos pra mim. As vezes, vendo algumas situações que minhas amigas passam pelos pais não deixarem elas saírm, ou por elas terem que se esconder por medo da reação do seu pai, eu até ,e sinto aliviada por não ter um e não ter que passar por isso. Enfim...


Passei a virada do ano no gasômetro, e a mãe da minha amiga estava com a chave de apartamento ali perto. Quando ficamos cansadas fomos pra lá pra comer e depois voltar pra casa. Não acredito no destino, nem em deus, então não posso dizer que isso era pra acontecer ou que deus queria assim, mas se a gente tivesse cansado um pouco antes e tivesse ido embora alguns minutos antes nada disso teria acontecido. Descemos e estávamos entrando no carro quando minha mãe ficou parada olhando na direção de um bar na esquina. Ela tinha visto meu pai sentado lá e pediu pra eu confirmar se era ele. Obvio que era, reconheci pela dobrinha de gordura na cabeça. Fiquei realmente em dúvida se queria falar com ele. Ia falar o que? 'Oi, sou ta filha lembra? Achei que tu tinha morrido mas pelo jeito me enganei... Tchau, aproveita tua cerveja com teus amigos que eu vou ficar bem, viu?' Não, nem teria coragem eu acho. Mas como todo mundo insistiu, eu fui. No fundo queria dar um tipo de choque nele. Mostrar que posso sobreviver sem ele. Fomos até lá. Eu, minha mãe, meu irmão, minha amiga e a mãe dela. Paramos bem na frente dele e ficamos esperando qual seria sua reação. Ele veio me abraçou e me chamou de 'meu amor', o que me deu ainda mais raiva na hora, me deixando praticamente muda. A conversa foi basicamente (minha mãe fazia as perguntas) 'como vão as coisas? tudo bem. tudo bem mesmo? sim.' e por ai foi nessas coisas sem importância. Mas ele disse algo que me deixou pasma por ele pensar desse jeito. Minha mãe perguntou algo em relação à 'esqueceu que tem uma filha?' mas não tão diretamente. E ele disse 'um dia recupero' como se ele pudesse simplesmente passar a vida curtindo com os amigos sem se importar com absolutamente nada e quando eu já estivesse adulta, formada, educada, quando eu já fosse alguem por completo, sem precisar de pais ou responsáveis pra me auxiliar, ele voltasse e curtisse sua filhinha que não deu trabalho nenhum. Como a vida seria fácil se fosse assim pra todo mundo. Como nessa hora eu ainda estava um pouco muda, não consegui falar 'ou não, ou nunca mais recupera'. Acho que a única coisa que eu consegui falar foi 'vamos embora mãe?'. Ele me abraçõu de novo e fomos embora. Eu não tenho expectativa nenhuma de vê-lo de novo, e nem quero. Ainda tem mais. Depois, no carro, a mãe da minha amiga ficou fazendo perguntas pra minha mãe. Se ela sabia no que ele trabalha, onde mora ,essas coisas... e se ela sabia se ele tem algum outro filho. Eu nem tava prestando atenção na conversa delas, mas quando minha mãe respondeu essa última pergunta foi um golpe pra mim. Ela disse que ele tem outra filha que nem conhece, nunca viu eu acho. A mãe da criança não quis que ele assumisse e ele nunca se interessou. Depois, em casa, perguntei por que minha mãe nunca tinha me dito isso e ela respondeu que na época que eu descobri que tinha diabetes, ele me viu com uma certa frequência e eles começaram a conversar mais. Foi numa dessas conversas que ele disse isso como se não fosse nada, algo totalmente sem importância. Minha mãe nunca tinha me contado isso porque queria me 'preservar' desse tipo de coisas.. e disse que tem muito mais, mas que acha que eu ainda não estou pronta pra saber. Quis matar ela, obvio que quero tudo sobre quem realmente é meu 'pai'. Passei mais de 16 anos achando que ele era alguem e agora descubro coisas que mudam tudo. Não quero mais me enganar com as pessoas. Não posso mais. Antes disso, ainda passava pela minha cabeça a possibilidade de procurar ele, de ligar pra saber como ele e o resto da família estão. Mas agora não. Quero esquecer que ele existe. Mas antes quero descobrir tudo que ele é e foi capaz de fazer. Depois posso odiar ele por completo. Infelizmente.

who are you?

É estranho pensar que com o passar do tempo algumas pessoas (a maioria na verdade) vai deixando de ser quem é e vai se tornando alguém totalmente diferente. Aquelas ideias e pensamentos que tinha antes vão ficando pra tras, cada vez mais distante. Mudanças são boas, claro. Mas nem sempre. Não assim, radicalmente. O mais estranho é ver que essas pessoas nem reparam enquanto as mudanças estão acontecendo na cara delas. Ser sempre igual é tão chato. Mas não ser você mesmo é insuportável.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

2010 e suas surpresas...

Algumas horas depois de começar o ano fui surpreendida. Obvio que não esperava que nada daquilo acontece. Nunca imaginei. Mas as vezes parece que quando as coisas tem que acontecer, não interessa o jeito, elas sempre acontecem. E sinto que vem mais por ai...
(ainda tenho muito pra colocar pra fora...)